Cansada de ouvir dizer que as mulheres não percebem nada de futebol, que passamos a vida a fazer perguntas durante os jogos, que só chateamos, etc. e tal, resolvi provar, como mulher entendida que sou, que os conceitos futebolísticos são do mais fácil que há, sobretudo se aplicados à vidinha quotidiana.
Por isso, caras amigas, deixo-vos alguns termos do mundo da bola, naquilo a que poderíamos chamar de “Dicionário de Futebol para Mulheres Que não Percebem muito do Assunto mas que também não Estão Preocupadas por aí Além Porque, na Verdade, Aquilo de que Nós Gostamos Mesmo é de Roupa e de Sapatos”.
Fora de jogo: esta não podia ser mais simples. Um homem está claramente fora de jogo quando:
a) insiste em usar calças acima do umbigo;
a) insiste em usar calças acima do umbigo;
b) vai ao supermercado em fato de treino;
c) desconhece que usar camisas aos quadrados com gravatas às bolas não será NUNCA uma tendência aceitável;
d) acha que pode usar uma camisolinha sem mangas. Não pode. Em ocasião alguma. E muito menos por debaixo de camisas assim a atirar para o transparente. E não deixem provas de que alguma vez houve uma coisa dessas no vosso armário;
e) entende que no Verão é bonito e prático usar sandálias (com ou sem meias). Se querem mostrar os dedinhos, a única coisa aceitável são chinelos de enfiar no dedo. Tudo o resto é para juntar com as camisolas de alças e dar fogo.
Espaço para progredir: é algo que acontece muito, muito, raramente numa loja em saldos. No entanto, e sempre que houver oportunidade para tal, é correr loja fora e arrebanhar tudo quanto puder.
Carga de ombro e pé em riste: é aquilo que uma mulher se vê obrigada a fazer quando:
a) numa loja, uma qualquer sonsa se antecipa e nos abarbata aqueles sapatinhos que andávamos a namorar há meses e que, finalmente, têm um desconto de 40 por cento;
b) numa festa, reparamos que há alguém com um vestido igual ao nosso;
c) reencontramos uma amiga que não vemos há décadas e ela acha que a primeira coisa que nos deve dizer é “estás mais gordinha, não estás?”;
d) a cabeleireira finge desconhecer o conceito de “é só para esticar” e nos faz sair de lá com um cabelo a lembrar um cabaz de Natal.
Canto: é aquele sítio para onde todos os homens deveriam ir, preferencialmente de costas voltadas e durante duas semanas (sem comida nem bebida), sempre que:
a) deixem a tampa da sanita levantada, a pasta de dentes aberta, pêlos no lavatório, roupa pelo chão ou jornais desportivos espalhados por todo o lado – e estes são apenas ALGUNS (poucos) exemplos da vida doméstica.
b) se esqueçam do aniversário das namoradas ou mulheres, comprem prendas pirosas (e agora poderia sacar da minha listinha intitulada “300 coisas que um homem não deve oferecer a uma mulher” mas, lá está, não há espaço) ou usem termos como “fofinha”, “minha bonequinha”, “gordinha” e tantos, tantos outros acabados em “inha”;
c) nos digam: “Mais roupa?! Para quê?! Já tens tanta e é toda tão parecida!” Num caso destes, a única coisa a fazer é contar até 350, calmamente, e sorrir, sorrir muito, enquanto tentamos afastar da nossa mente ideias que metem facas e outros objectos cortantes;
d) recorram ao velho argumento do “não há quem entenda as mulheres”. Aí é chegada a altura de lhes pôr as malinhas à porta e dizer: “Ai, não me entendes? Então volta para casa da tua santa mãezinha, que de certeza que a ela a vais entender!”
E pronto, espero ter sido útil e que em futuras discussões já possam dar palpites pertinentes. E que nunca mais na vida alguém se atreva a questionar a nossa cultura futebolística. E não, não é preciso agradecer, que isto temos de ser umas prás outras.
(adaptado de "Ana de Borbón y Olé")
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